Antónia só deu asas ao seu sonho profissional depois do filho criado. Agora fala com orgulho do atelier de costura paredes meias com a oficina de peles do marido, artesão, na casa que construíram na aldeia de Nossa Senhora de Machede, terra natal de ambos.
As mais antigas memórias de Antónia estão ligadas aos têxteis. A avó costurava roupa de tecidos grossos e resistentes usada nos trabalhos no campo. Hoje recorda que achava graça ao cesto de verga com os restos dos tecidos e as caixinhas das linhas e agulhas. Em criança, às escondidas começou a mexer na máquina de costura da mãe e a fazer vestidos para as bonecas. Aos 15 anos, o pai ofereceu-lhe a sua primeira máquina. “Na compra de uma máquina a Singer oferecia um curso de corte e costura”, relembra. A seguir frequentou a formação em bordados e passou a fazer a sua própria roupa.
Casou cedo com Joaquim Pimenta e a vida foi seguindo o seu curso. O marido trabalhou no ramo automóvel e Antónia não se aventurou. Com o filho já licenciado e Joaquim reformado, finalmente arriscaram com a abertura do atelier e da oficina. Antónia é viciada em tecidos, linhas e agulhas. Faz arranjos, peças de roupa, bordados personalizados e, entre outras coisas mais, talegos de chita (tecido das blusas antigas usadas no Alentejo) e capotes alentejanos miniatura para garrafas de vinho, duas das suas criações de maior sucesso nas feiras de artesanato e agrícolas em que participa.
No atelier e nas feiras Ourique e Santarém, Lili, a fiel cadelinha, acompanha-a sempre. Só aceita estar presente nas feiras que deixam entrar os animais.
No futuro tem sonho, fazer uma coleção de roupa para senhora.