De tronco retorcido e sombra generosa, as figueiras espalham-se pelo Algarve como guardiãs silenciosas da paisagem. No final do verão, o cheiro doce das figueiras maduras enche o ar quente, anunciando o tempo da colheita. Entre muros baixos e caminhos de terra, os frutos vão sendo apanhados com calma, como se o tempo tivesse outro ritmo. Secam-se ao sol, viram-se com cuidado, guardam-se para os dias mais frios. Cada figo, uma doçura terrosa, traz consigo o sabor da terra e a memória de verões antigos. No Algarve, as figueiras não são só árvores — são parte da casa, da infância, da vida.