Nos meses de inverno, quando o céu está mais claro e o ar mais fresco, as laranjeiras do Algarve pintam o campo de cor e promessa. Os ramos carregados de fruta iluminam pomares e quintais, e o aroma cítrico mistura-se com a brisa vinda do mar. A laranja colhe-se com as mãos, cheira-se antes de se abrir, saboreia-se devagar. É doce, com um travo ácido que desperta memórias de manhãs frias ao sol e sumos espremidos à mesa da cozinha. No Algarve, a laranjeira é presença constante — símbolo de generosidade e abundância, que enraíza o quotidiano na beleza simples do que é verdadeiro.